Lulu: disco sem homenagem |
Ainda tento entender o que acontece
com a carreira de Lulu Santos: além de ser fantoche em um programa musical da
maior emissora do país, o pop star vêm na onda das regravações que, como ele
mesmo sugere, são homenagens aos artistas ainda vivo. Há quem goste e há os que
discordam desse estilo de se fazer música e eu fico com a segunda opção quando
tudo não passa de produto mercadológico e fonográfico para camuflar as ideias
inexistentes. Aconteceu com Roberto Carlos em uma homenagem pífia, sem
deslumbramentos e sem achados convenientes e agora volta a acontecer com a
eterna rainha do rock nacional, Rita Lee, que reuniu a família para ouvir o tão
esperado disco em sua finita homenagem. Não, definitivamente, não valeram os
choros compulsivos de Rita para Lulu, pois o disco não passou de um disquinho
que logo mais será esquecido em uma gaveta dos fundos, um baú qualquer
despedaçado ou em mentes pouco equilibradas. Seria o fim de carreira de Lulu
Santos ou apenas uma passagem fantasmagórica de insana desmemoria? Não vou aqui
dizer que Lulu não fora importante para a música popular brasileira porque eu
estaria veementemente mentindo, afinal, o cantor é considerado um ícone dos
anos 1980 e brilhou diversas vezes nos anos 1990 e 2000, mas sua demanda
popular não anda tão boa assim, dito pelas passagens televisivas atuais e por sua
retórica blindagem se achando o tal. Com tantos erros atribuídos à sua imagem
musical, Lulu não soube aproveitar o momento sublime de mais uma homenagem a
uma grande artista da nossa música. Perdeu-se a chance de mostrar o quão
valioso e potente é sua voz, o quanto é importante o momento da homenagem e
como é suntuosa a parceria de harmonização entre a homenagem a homenageada. Lulu,
o eterno jovenzinho do rock, com seus cabelos ora vermelhos ora brancos e com
chapéus e terninhos modernos, não convenceu em nada nessa chinfrim homenagem retorcida
em disco. Não há garantias de que o disco venha a ser o melhor de suas
homenagens, pois nem para Roberto Carlos ele o fez. Homenagem à altura de Rita
foi a que a cantora Ná Ozzetti fizera em 1995, com o LoveLeeRitta, com
harmonias diferentes, delicadeza na voz, repertório bem caprichado e a beleza
que Rita deixou em suas melodias. Lulu parece que esqueceu de alguns detalhes pormenores,
correu para gravar, não estudou as letras e jorrou um disquinho com uma capa retro
e com pedaços de décadas retorcidas.
Lulu
Santos canta Rita Lee (2017)
Nota
4
Por
Marcelo Teixeira
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