O samba de Maria Rita: particular |
Maria Rita é sempre assim: quando
acerta em um disco, erra no outro. Não que
seus discos sejam totalmente ruins, pelo contrário, mas é que algumas canções
não caem bem em sua voz, ou a capa é estranha ou o sorriso é forçado ou alguma
coisa não está bem, mas nunca que seus discos sejam ruins ou cansativos. Mas achei
desesperada a ação da cantora em lançar um disco praticamente igual ao que ela
acabara de lançar: Coração a Batucar (2014) é um dos melhores discos
da carreira da cantora, mas colocar no mercado um disco ao vivo com as mesmas
cançõe que o anterior e com algumas pinceladas de outros discos, não caiu bem e
faz com que esse seja um desperdício musical total. Além de ter uma capa
simples entre cores funebres e estranhas, Maria Rita errou feio ao cantar o
mesmo repertório do disco anterior, chegando a ser caricato, paupérrimo,
sinistro. Com uma pressa imediata para lançar o novo disco, a gravadora cometeu
uma das maiores gafes do mundo da música: Samba em Mim Ao
Vivo na Lapa (2016 / Universal Music / 29,99) teve a oitava faixa, Coração a Batucar, trocada por Num Corpo Só, que não está originalmente
neste repertório. A gravadora já se prontificou a ajustar o erro e quem comprou
o CD com esse defeito, poderá fazer a troca através do site da Universal. O Samba em Mim
não é um bom disco, não há sustância para ser um disco de samba da melhor
qualidade, porque Maria Rita já o fez anteriormente. Mas há naturalidade aqui:
Maria Rita nos apresenta em O Samba em Mim
um samba atualizado e na mais humilde das palavras, particular e familiar, que
presta uma consideração à tradição sambista e que assume o livre-arbítrio de
filtrá-la a partir da marca incomum de sua assinatura como cantora. Friso mais
uma vez que esse não é o melhor disco da cantora, mas que este está interligado
à Samba Meu
(2007) e desde então está presente nos discos que produziu a partir
deste. Samba Meu
foi o primeiro grande desafio de Maria Rita no universo do samba e com este
disco ela alcançou notas ainda maiores não apenas pessoal, mas com a conquista
de público fiel ao seu trabalho.
O
Samba em Mim Ao Vivo na Lapa (2016) / Maria Rita
Nota
7
Marcelo
Teixeira
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