Ananda: sem novidades |
Fernanda Gama Lins é mais conhecida
como Ananda, a cantora do hit viral Quero que tu vá, que está bombando nas
redes sociais e a alçou ao estrelato da noite para dia e da madrugada para o
amanhecer mais ensolarado que esse planeta já teve. Ao menos para ela, óbvio. O
êxito maior dessa música foi o fato de muitos artistas passarem a cantar o
refrão de forma sistemática e até fazerem pequenos clipes pessoais para
mandarem indiretas para os fãs que tomam conta de suas vidas. Até aqui não há
nada de anormalidade, afinal, um hit viral nada mais é do que um hit viral e
tudo acaba da mesma forma como começa: de repente! Mas vamos por partes e
tentar entender um pouco da música e de quem a canta: se fosse ser chamada de
Fernanda Gama ou Fernanda Lins ou apenas Fernanda, não seria legal, tendo em
vista que há muitas cantoras chamadas Fernanda e ela seria apenas mais uma na
seara. Se pusesse o sobrenome Gama ou Lins, não soaria nada legal, então, optou
por colocar Ananda, um nome que praticamente nenhuma cantora tem (exceto Ananda
Acosta, atriz, cantora e apresentadora). Primeiro ponto importante para
Fernanda foi se transformar em Ananda. O segundo ponto determinante foi manter
a voz suave e doce no meio do cenário artístico. A cantora já vinha fazendo
parte de uma banda chamada Coquetel Banda Larga, mas seu lance maior era fazer
sucesso sozinha. Mas como chegar ao
estrelato de uma hora para outra? Vamos para a apelação, óbvio. A cantora tem
uma voz invejável, muito bonita, mas cansativa. Se ficarmos ouvindo Ananda por
muito tempo é capaz de não suportarmos tamanha dor de ouvido. Não chega a ser
cristalina, pura, sensível. É estridente mesmo cantando baixo. Ananda queria
ser viral e o conseguiu: trouxe uma música apelativa assim como seu nome de
carreira e pôs a cara no mundo com o hit (que eu me recuso a chamar de música)
Quero que tu vá. Cheio de palavrões desnecessários, o hit traz um panorama
irônico das pessoas sem paciência com relação às curiosidades alheias. Dito
tudo isso, vamos para o choque de realidade: toda cantora despreparada mental,
musical ou artisticamente, acaba apelando para o baixo nível, para o nicho da
massa e para os sentimentos mundanos. Isso é uma coisa tão natural quanto fazer
um bolo de canela com paçoca. Ananda apelou para os palavrões e foi justamente
essa a parte de sua música que chama
mais a atenção. As pessoas gostam disso, querem isso e sentem prazer em serem
representadas por um hit à altura de
suas formas de pensar. Hit viral é tão passageiro que quando foi já não é. É
preciso manter o ritmo, demonstrar que canta com letras que nos faz pensar e
que é digno de uma personalidade única. Tentando, talvez, refazer seu erro para
se colocar na real situação de cantora, Ananda logo pôs em suas redes sociais
um pequeno clipe em que canta um clássico de Amy Winehouse, mas o que chama
mais a minha atenção é o fato da voz de Ananda e Amy serem idênticas. Sem
pretensão de ser diferente. Então, assim como cantoras passageiras que lançam
hits passageiros no mercado fonográfico do século XXI, Ananda não vai longe.
Ainda mais se pegarmos exemplos como Ana Villella, Kell Smith, Luka, Vinny,
Maurício Maniere, Jojo Todynho...
Ananda:
hit viral e passageiro
Por
Marcelo Teixeira
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