Rebeca e o som da nova MPB |
Rebeca Matta não é uma dessas
cantoras que estão a todo o momento na TV, suas músicas não aparecem em trilhas
sonoras de novelas, seu rosto e seu nome é totalmente desconhecido por aqueles
que gostam das modinhas musicais de hoje em dia e sim, Rebeca Matta é uma
grande artista. Quando se tem ideias e
inquietação sobre aquilo que se quer, tudo pode ser possível para que se torne
real. E foi assim com Rebeca, a garota baiana que abandonou um bom emprego e
foi atrás de seus sonhos e daquilo que lhe fazia se sentir bem: a música.
Antes
da carreira solo, estudou canto, foi integrante de uma banda em Salvador, que
misturava diversos ritmos. Seu primeiro trabalho solo e original foi o disco Tantas Coisas (1998), lançado de maneira
independente e que foi aclamado pelos críticos mais atentos e que lhe rendeu o
prêmio de Revelação de 1999, dado pela APCA (Associação Paulista de Críticos de
Arte).
No
início dos anos 2000 saiu seu segundo disco, Garotas Boas Vão Pro Céu, Garotas Más Vão Pra Qualquer Lugar, pela
Lua Discos e esse trabalho lhe rendeu maior visibilidade, pois trata-se de um
disco para quem quer ouvir um som diferente e não ficar indiferente. É um disco
sonoro eletrônico, pop, dançante e que tem uma MPB rústica, aguda e sombria,
completamente diferente daquilo que se ouvia até então. Há uma modernidade
nesse disco (como já resenhado em artigo anterior sobre esse disco), em que as
composições próprias de Rebeca ressoam nos clássicos da MPB uma sonoridade
moderna e caprichada.
Já
no ano de 2006 foi lançado o sensacional Rosa
Sônica, o terceiro álbum da cantora, cujo a base da música de Rebeca Mata é
a eletrônica, mais precisamente o Trip Hop, aliado a elementos da MPB, do Jazz,
do Samba e do Rock. Essa mistura de ritmos é característica musical da cantora,
que já havia experimentado isso no eclético disco do ano 2000. A voz doce e
suave conversa com a voz agressiva e atemporal da cantora que se casam
perfeitamente com as guitarras distorcidas e todos os elementos que formam a
sua rica música. Dessa forma, Rebeca Matta trouxe uma roupagem nova e um
estímulo próprio à acomodada MPB.
Tente
ouvir o som de Rebeca sem as cobranças que a música atual nos impõe em certos
momentos, sem aquela rabugice de que somos e temos que estar atrelados aos
momentos certos da música e que somos obrigados a seguir determinado cantor ou
cantora apenas porque estão na modinha. Às vezes ouvir algo realmente diferente
aos nossos ouvidos nos faz um bem danado e Rebeca Matta é a prova disso.
A
bela sonoridade eclética de Rebeca Matta
Por
Marcelo Teixeira
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