Até qualquer hora, Luiz! |
FOI como uma bomba caindo sobre
minha cabeça quando recebi nas primeiras horas da manhã de ontem que Luiz Melodia havia morrido. O Brasil ficou sem Luiz e
sem Melodia. Se já estava complicado ouvir música em um país descabido de
música, o que será de nós agora sem Luiz Melodia? O nosso ébano, nosso Zé
Bedeu, nossa voz do morro carioca e nosso negro gato se foi para tristeza de
muitos. Em 2015 me encontrei com Melodia em plena Avenida Paulista, aqui em São
Paulo, onde falamos sobre as diferenças entre São Paulo e Rio de Janeiro e
sobre muita música. Para quem não sabe, Luiz era um grande defensor da raça
negra e lutava pela igualdade de valores e pela desigualdade que assolava nosso
país. Foi um encontro natural, como de dois amigos que se reencontram em um
momento qualquer. Luiz Melodia atravessou por mim como quem atravessa suas
músicas por nossos poros, mentes e corpo. Perdemos a voz, perdemos o encanto, o
jeito danado e o soul jazz de um dos maiores e melhores cantores do Brasil.
Ontem passei o dia chorando, triste, relembrando desse dia que, para mim, já
era importante e agora será mais ainda. Luiz Melodia não foi um cantor qualquer
e muito menos um cantor de um estilo único: Luiz fora de uma categoria ímpar,
de uma excelência sem igual, de uma humildade tamanha e de uma reciprocidade
igual. Desde julho do ano passado, o cantor vinha se tratando de uma doença
autoimune e chegou a passar por um transplante de medula óssea. Luiz, carioca
da gema, estava internado no Hospital Quinta d’Or e morreu ontem pela madrugada
aos 66 anos, devido à complicações de um câncer que atacou sua medula. O cantor
foi sepultado agora pela manhã no cemitério do Catumbi, Rio de Janeiro.
Familiares, amigos famosos e anônimos compareceram ao velório. Ele deixa a esposa
Jane Reis e dois filhos, Mahal e Hiran. Sentiremos saudades, Luiz. Muitas
saudades.
O
adeus a Luiz Melodia
Por
Marcelo Teixeira
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