Um blog a favor da Música Brasileira, com entrevistas, artigos, críticas, lançamentos e muito mais. Artigos escritos por Marcelo Teixeira. www.maisculturabrasileira.blogspot.com.br
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sábado, 12 de agosto de 2017
A volta dos cinquentões Tribalistas
Os cinquentões Marisa, Arnaldo e Carlinhos
Quem não sabia que os Tribalistas voltariam, por favor, que atire a primeira
pedra contra a própria cabeça! Estava nítido que o trio Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown voltariam a atuar, mesmo que isso
demorasse vinte ou trinta anos. Quinze anos depois de lançarem a explosão
musical que uniria os três amigos, eis que eles voltam com um disco de inéditas
repleto de sensações e vibrações positivas, com características marcantes e
suavidade diferente de seu roteiro inicial. E o disco vem em um momento
especial para os três: enquanto Arnaldo completará 57 anos em setembro e
Carlinhos 55 em novembro, Marisa completou 50 em julho passado. O trio de
cinquentões mudou a concepção de música adquirida em sua primeira incursão e
agora conseguem explorar mais as nuances musicais que outrora era impessoal e
não reconhecida por eles. O markenting deles é forte: lançar inicialmente 4
músicas no mercado internético para lançarem no final desse mês o disco pronto.
A ideia central de reunir Marisa, Arnaldo e Carlinhos é tão simples quanto
objetiva: no centro, Marisa, que é amiga e detentora de várias canções de ambos,
defende a tese de que amigos são importantes em nossa vida e, por esse motivo,
devem ser repatriados numa esfera atemporal, uniforme e sensata. Arnaldo e
Carlinhos, díspares de uma mesma sintonia musical musicalizada por Marisa,
encontraram em seus versos uma maneira de unir e monopolizar aquilo que ambos
jamais poderiam encontrar, que é a voz de Marisa dentro de um mesmo patamar.
Carlinhos e Arnaldo conseguem, cada qual ao seu jeito, unificar na voz
cristalina de Marisa aquilo que ambos querem transmitir e, sendo assim,
conseguem fazê-lo com uma maestria ímpar. Embora seja um trio, cada musico aqui
têm uma particularidade diferente: Marisa é a mentora do grupo, enquanto
Carlinhos destoa a atmosfera transloucada de versos improvisados, trazendo a
africanidade regente em sua verve e Arnaldo, um típico filósofo da atualidade,
que consegue mirar em profundas, ricas e pobres vertentes num olhar puro e
certeiro. Os Tribalistas são criteriosos e, por isso mesmo, erram e acertam em
algumas canções. Se no primeiro disco, cujo fui um crítico ferrenho para tal,
transcorridos 15 anos, posso dizer que alguma coisa mudou com relação à música
que eles produziram. Agora há uma sonoridade menos populista e mais autoral,
mais rude e mais intelectual, o que não aconteceu com o primeiro. Já era dada
como certa a volta dos três aventureiros tribais e foi bom que esse hiato de
quinze anos tenha ocorrido, pois, assim, a sua música ficou boa, dentro de um
limite audível que os Tribalistas propuseram a cantar.
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