quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A essência da música


Haverá outra Elis ou outra Clara?
Conversando com o filósofo e amigo Antônio Nascimento da Silva, numa dessas boas conversas em que se pode ter com alguém tão antenado com a cultura e com a dissipação da música, dos livros, do teatro e da arte em geral, nasceu um conflito entre nós: de onde parte a falta de essência na música? Havia um certo tempo em que cantoras de MPB eram cultas, refinadas e não caiam em demasia na boca da fadigada galera que estava mais ansiada em ouvir uma música menos rechaçada, menos combinada e mais pluralista. Cantoras com estilo e sabedoria, cujo sua musicalidade jamais era tida como povão. Eis que essa tal essência perde-se no exato momento em que a cantora culta e refinada deixa-se ganhar pela gíria do povão, com um apelo mais popular, com palavras de cunho popular, transformando-se, assim, em uma cantora popular.

Marisa Monte talvez seja uma dessas grandes cantoras que, ao lançar discos importantes para uma cultura pouco privilegiada no Brasil, entrou na onda de tentar garimpar ouvidos menos solenes ao lançar discos e músicas com um forte apelo comercial. Hoje, indiscutivelmente, sua música é pop. Seus discos são apelativos numa forma contextualizada e geral. O que antes vinha com um rótulo de tradicionalmente essencial, transformou-se em um produto meramente comercial.

Há uma série de cantoras e cantores que apelaram para o comércio barato da musicalidade. Há autonomias de formas banais que de uma perspectiva utilitária e utópica e racionalista, não têm finalidade alguma, mas que não deixam de ter sentido mesmo que este se esgote no próprio ato. Para tanto, há um novo movimento intercultural que assola a mediocridade oca de cabeças menos pensantes e que tentam menosprezar a cultura de uma forma generalizada.

Será que teremos uma nova Elis ou uma nova Clara? Será que poderemos ver, neste século, os velhos teatros como palcos para artistas consagrados? Será que teremos o prazer de ver cantores representando seu papel maior em uma sala repleta de cabeças pensantes e que sonham com a musicalidade boa e capacitada para o amanhã? Onde está o amanhã? Como será o amanhã?

 

Há autonomias de formas banais que de uma perspectiva utilitária e utópica e racionalista, não têm finalidade alguma, mas que não deixam de ter sentido mesmo que este se esgote no próprio ato.

Antônio Nascimento da Silva

 

Conheci homens de roupas parecendo ternos de azul e branco (sem gravata) e com cabelos alinhados metidos a intelectuais convencidos a convencer o inconvencível. Mal sabem esses senhores de azul e branco que a capacidade deles de pensar é fraca, medíocre e insensata, pois eles tentam impor seus trejeitos e suas maneiras de absorver o nosso conteúdo cultural ao invés de nos mostrar o caminho certo. Esses homens de azul e branco eram homens de saraus, desses que tentam impor na nossa cabeça que as pessoas são inferiores à eles, que somos submissos à eles e que não temos a capacidade de trilhar um pensamento brilhante sobre qualquer forma de conduta.

Será que teremos outro Gonzaguinha, outro Antônio Marcos, outro Chico Buarque? Outra Maria Bethânia? Hoje em dia temos um punhado gigantesco de cantores e cantoras que mal conhecemos. Os tempos mudaram e esses cantores também mudaram. A essência desses profissionais mudou, porque mudaram os tempos e a direção dos ventos. Talvez eles nem saibam o verdadeiro significado da palavra essência. A bem da verdade, estamos diante da catástrofe generalizada e contida de homens que vestem camisa branca e calça social azul e que esquecem suas gravatas. Homens que pensam assim, pequeno, quase nada, também esquecem de usar suas gravatas. E esquecem que a música tem essência.

Belas frases proferidas por meu amigo Antônio Nascimento da Silva, de que a música resvala no sentimento mais puro do homem e que escutar a verdadeira música é a coisa mais agradável do mundo.

 

A Essência da Música

Marcelo Teixeira

Entrelinhas: Antônio Nascimento da Silva

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A Maior Cantora do Brasil: Carmen Miranda


Carmen, a maior
Todas as imitaram. Todas queriam ser Carmen. E existiu um movimento musical antes e depois do surgimento da cantora Carmen Miranda. Carmen marcou tanto com seu jeito de cantar, revirando os olhos, mexendo as mãos e gingando seus balangandãs, com seu sorriso contagiante e a graça de seus trajes cheios de frutas e miçangas e etc etc etc, que até hoje, mais de 50 anos após sua morte, é o símbolo brasileiro mais conhecido no mundo. Mais do que uma voz, foi um fenômeno do show business norte-americano. Aportando nos Estados Unidos no início da Segunda Guerra Mundial, representou vivamente a terra desconhecida e exótica, cheia de coqueiros, bananas, abacaxis, atendendo às necessidades fantasiosas e consumistas do povo norte-americano e alcançando a glória e a fortuna. Ninguém foi maior que Carmen. Ninguém conseguia ficar sem Carmen. Os fãs a adoravam. O mundo a adorava. Carmen Miranda é até hoje símbolo de uma marca. E todas as cantoras que estiveram presentes na lista têm, tiveram ou terão um pouco de Carmen, seja na música, seja numa regravação, seja numa citação, seja numa dança.

Carmen Miranda. A Pequena Notável. The Brazilian Bombshell. Nome mágico. Mito. Hoje, apenas uma lembrança. Mas lembrança em tudo que nos cerca. Sua influência é sentida não só na música popular brasileira, como em outros ritmos do resto do mundo. A moda lançada por ela dos turbantes, dos sapatos de plataforma, das coloridas joias de fantasia (os célebres balangandãs), coberta de plumas e paetê, mas de barriga de fora — tudo isso é hoje copiado pela juventude feminina e pelos gays e travestis, que sequer a conheceram, pois a maioria nem era nascida quando Carmen morreu, em 5 de agosto de 1955 (nem mesmo eu, mas ao menos corri atrás das qualidades que existiram um dia!). Ainda recentemente, a festejada cantora de rock, Madonna, confessou que suas roupas exóticas foram inspiradas em Carmen Miranda.

Quem foi, afinal, essa artista tão diferente, tão revolucionária para a sua época e até para a atual? Na verdade, nem era brasileira de nascimento. Como Carlos Gardel que, embora francês, tornou-se o rei do tango argentino, a nossa maior sambista nasceu em Portugal, na aldeia de Marco de Canavezes, perto do Porto, no dia 9 de fevereiro de 1909. Vinda para o Brasil ainda bebê (um ano de idade), Maria do Carmo Miranda da Cunha (seu verdadeiro nome) foi aluna de um colégio de freiras em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, mas não completou sequer o curso ginasial porque, por necessidade financeira da família (o pai, barbeiro; a mãe, servindo refeições em uma pensão), a menina precisou começar a trabalhar muito cedo, primeiro vendendo gravatas, depois, como balconista de uma loja de chapéus, onde aprendeu a bolar seus futuros adornos da cabeça. Já, então, fora rebatizada como Carmen por um tio que a achava tão exuberante como a heroína da ópera de Bizet e não se conformava com o pacato nome Maria do Carmo.

Descoberta pelo compositor e violonista baiano Josué de Barros, Carmen Miranda gravou três discos, sem grande repercussão, até atingir o sucesso total com a música de Joubert de Carvalho, Pra Você Gostar de Mim, que passou a ser conhecida como Taí. Lançado em janeiro de 1930, esse disco bateu todos os recordes da época, vendendo 35.000 exemplares em um mês. Depois disso, nunca mais Carmen Miranda deixou de brilhar. Fazia sucesso não só no Brasil — com gravações e shows ao vivo — como na Argentina e Uruguai, tornando-se a estrelíssima do show business sul-americano nos moldes internacionais impostos pelos americanos do norte, em Hollywood e na Broadway. Era inevitável, portanto, que viesse a conquistar também aquele tipo de público tão exigente. Quando os artistas hollywoodianos Tyrone Power e Sonja Henie a viram se exibindo no Cassino da Urca, já com a primeira fantasia de baiana idealizada por ela própria, ficaram tão encantados que a recomendaram ao empresário Lee Schubert, que não hesitou em contratá-la para ser uma das principais intérpretes da revista musical Ruas de Paris, montada no Broadhurst Theatre, em plena Broadway , também com a dupla cômica Abbott & Costello e o cantor francês Jean Sablon.

A figura — já carismática — de Carmen Miranda tomou de assalto o público nova-iorquino, que nunca havia visto algo igual: uma exuberante criatura, exoticamente vestida, cantando com as mãos, com os olhos, com os pés e com os quadris, pois ninguém entendia suas palavras em português (ela ainda não falava inglês) e, já naquela época, foi considerada a rainha da comunicação internacional. As lojas da luxuosa Quinta Avenida substituíram as criações de Dior e Chanel pelas fantasias de baiana de Carmen, seus turbantes, sapatos e balangandãs, com bons royalties para a cantora brasileira, já, então, carinhosamente apelidada pela imprensa nova-iorquina de The Brazilian Bombshell. Ao contrário de diversas traduções, bombshell não quer dizer bomba em português — na gíria americana, bombshell significa uma explosão, mas no sentido de uma grande surpresa — então, a tradução certa seria A Grande Surpresa Brasileira ou A Explosão Brasileira.

No Brasil, anos antes, recebera outro apelido, A Pequena Notável, que lhe fora dado pelo locutor César Ladeira, da extinta Mayrink Veiga, e que pegou de tal maneira, que ela passou a ser assim apresentada nos seus shows. Atriz, cantora, dançarina, mulher. Carmen chega ao primeiríssimo lugar como a Maior Cantora Brasileira de Todos os tempos. Portuguesa de nascimento, brasileira naturalizada, americana, argentina, uruguaia, indiana, equatoriana, cubana... não importa. Carmen chega ao primeiro lugar com a grandeza de ser a maior e a única.

 

A Maior Cantora do Brasil: Carmen Miranda

Marcelo Teixeira

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

2º Maior Cantora do Brasil: Clara Nunes


A serena Clara Nunes
Nenhuma cantora foi ou será igual à Clara Nunes. Genuinamente brasileira, a Guerreira mineira filha de Oxum com Yansã foi uma das mais brilhantes e espetaculares cantoras que o Brasil produziu e que na qual tantas imitam seus trejeitos, suas danças, sua louvação aos santos e orixás. Existe até uma senhora cantora, com o codinome Beth Carvalho, que até hoje tenta ser a Clara, mas sem nenhum sucesso. Clara foi humana, sensata, cantora, mulher. Para tanto, chegou brilhantemente ao segundo lugar com a dignidade de rainha e com patamar único para não deixar dúvidas quanto ao seu talento e prestigio. Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, mais conhecida como Clara Nunes, nasceu em Paraopeba no dia 12 de agosto de 1942 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 2 de abril de 1983, foi uma cantora brasileira, até hoje sendo considerada uma das maiores intérpretes do país.

Pesquisadora da música popular brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, Clara também viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, ela se converteu à umbanda. Clara Nunes seria uma das cantoras que mais gravariam canções dos compositores da Portela, sua escola do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos.

Em 1970, Clara Nunes se apresentou em Luanda, capital angolana, em convite de Ivon Curi. No ano seguinte, a cantora gravou seu quarto LP, no qual interpretou É Baiana (Fabrício da Silva, Baianinho, Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio), música que obteve considerável sucesso no carnaval de 1971, e Ilu Ayê, samba-enredo da Portela (de autoria de Norival Reis e Silvestre Davi da Silva). Na capa do álbum, a cantora mineira fez um permanente nos cabelos pintados de vermelho e passou a partir daí a se vestir com roupas que remetiam às religiões afro-brasileiras.

Em 1972, Clara se firmou como cantora de samba com o lançamento do álbum Clara Clarice Clara. Com arranjos e orquestrações do maestro Lindolfo Gaya e com músicos como o violonista Jorge da Portela e Carlinhos do Cavaco, o disco teve como grandes destaques as canções Seca do Nordeste (um samba-enredo da escola de samba Tupi de Brás de Pina), Morena do Mar (de Dorival Caymmi), Vendedor de Caranguejo (de Gordurinha), Tributo aos Orixás (de Mauro Duarte, Noca e Rubem Tavares) e a faixa-título Clara Clarice Clara (de Caetano Veloso e Capinam). Ainda naquele ano, Clara Nunes se apresentou no Festival de Música de Juiz de Fora e gravou um compacto simples da música Tristeza, Pé no Chão (de Armando Fernandes), que vendeu mais de 100 mil cópias.

A Odeon lançou em 1973 o disco Clara Nunes. Naquele mesmo ano, a cantora estreou com Vinicius de Moraes e Toquinho o antológico show O poeta, a moça e o violão no Teatro Castro Alves, em Salvador. Também em 1973, Clara foi convidada pela Radiotelevisão Portuguesa para fazer uma temporada em Lisboa. Depois, percorreu alguns outros países da Europa, como a Suécia, onde gravou um especial ao lado da Orquestra Sinfônica de Estocolmo para a TV local.

Seu instrumento era a voz, numa época em que cantoras praticamente não utilizavam de outros instrumentos ou mesmo faziam letras de músicas (embora há um registro da música A Flor da Pele, em que Clara assinala como compositora, e isso a faz ser ainda mais alçada ao segundo lugar).

Merecidamente, Clara Nunes aponta como a segunda maior cantora do Brasil.

 

2º Lugar: Clara Nunes

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

3º Maior Cantora do Brasil: Gal Costa


Tempos áureos de Gal
Quando Gal Costa conheceu Caetano Veloso e sua irmã Maria Bethânia em 1963, e com eles, Gilberto Gil e Tom Zé, ela não sabia o que esperaria destas amizades. Não sabia, talvez, da responsabilidade que teriam para com o Brasil e com o movimento que inventariam na década de 1960. E montaram o espetáculo musical Nós, por Exemplo, em 1964. No ano seguinte o grupo foi para São Paulo, onde, sempre ligados, cada um seguiu sua carreira solo.  Gal gravou o primeiro compacto em 1965, com Eu Vim da Bahia (Gilberto Gil) e Sim, Foi Você (Caetano Veloso). Participou do I Festival Internacional da Canção em 1966, ano em que seu empresário Guilherme Araújo a convenceu a adotar o nome artístico Gal, e não mais Maria da Graça. Gravou o LP Domingo com Caetano em 1967, participou do movimento tropicalista e explodiu nacionalmente como cantora em 1968, quando sua interpretação de Divino Maravilhoso (Caetano/ Gil) ganhou o terceiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira da Record.

Além disso, Baby, composta por Caetano especialmente para Gal, tornou-se muito popular. Em 1969, com a ida de Caetano e Gil para o exílio na Inglaterra, ligou-se também a outros compositores como Jards Macalé, e lançou o LP Gal. Ainda muito associada à música e ao público de Caetano e Gil durante os anos 70, em 1979 o disco Gal Tropical inaugura uma nova fase em sua carreira, mais popular e comercial, para um público mais amadurecido. Passou pela década de 80 como absoluta no rol das estrelas de primeira grandeza da música popular brasileira, chegando a ser considerada por alguns como a maior cantora do Brasil. Com repertório eclético, gravou Jorge Ben Jor, Cole Porter e compositores então iniciantes, como Carlinhos Brown.

Outra virada em sua carreira foi em 1994, com o CD O Sorriso do Gato de Alice, menos pelo disco e mais pelo show de lançamento, que, dirigido por Gerald Thomas, mudou radicalmente o estilo das apresentações de Gal, e foi bastante criticado. No ano seguinte Gal desistiu de experimentalismo e lançou Mina D'Água do Meu Canto (dedicado ao repertório de Chico Buarque e Caetano Veloso) com um show convencional. Na década de 90 continuou se consagrando como uma das cantoras mais vendidas do Brasil. Em seus mais de 35 anos de carreira, Gal Costa foi intérprete de grandes sucessos como Vapor Barato (Jards Macalé/ Waly Salomão), Meu Nome É Gal (Roberto/ Erasmo Carlos), London London (Caetano), Deixa Sangrar (Caetano), Folhetim (Chico Buarque), Balancê (J. de Barro/ A. Ribeiro), Índia (J. Flores/ M. Guerrero/ J. Fortuna), Festa do Interior (Moraes Moreira/ Abel Silva) e Vaca Profana (Caetano).

Desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record) até o final da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos; apresentando os novos talentos registravam índices recordes de audiência. Gal Costa participou do especial Mulher 80 (Rede Globo), um desses momentos marcantes da televisão. O programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas, com Maria Bethânia, Gal Costa, Elis Regina, Fafá de Belém, Zezé Motta, Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.

Em 1980 Gal gravou o disco Aquarela do Brasil, focado na obra do compositor Ary Barroso, e que trouxe hits como É luxo só (Ary Barroso - Luiz Peixoto), Aquarela do Brasil, Na Baixa do Sapateiro, Camisa amarela e No tabuleiro da baiana (todas de Ary Barroso). Em 1981 Gal estreou o show Fantasia, um grande fracasso de crítica, mas que gerou um dos mais bem sucedidos discos de sua carreira, tanto de público quanto de crítica, o premiado Fantasia, que trouxe vários sucessos, como Meu bem meu mal, Massa real (ambas de Caetano Veloso), Açaí, Faltando um pedaço (ambas de Djavan), O amor (Caetano Veloso - Ney Costa Santos - Vladmir Maiakovski), Canta Brasil (David Nasser - Alcir Pires Vermelho) e Festa do interior (Moraes Moreira - Abel Silva). Com o grande sucesso do disco, Gal convidou Waly Salomão para dirigir o show Festa do Interior que a redimiu do grande fracasso do show Fantasia.

Em 1982 Gal gravou outro disco de sucesso, Minha Voz, em que se destacaram as gravações de Azul (Djavan), Dom de iludir, Luz do sol (ambas de Caetano Veloso), Bloco do prazer (Moraes Moreira - Fausto Nilo), Verbos do amor (João Donato e Abel Silva) e Pegando fogo (Francisco Mattoso - José Maria de Abreu). Em 1983 Gal grava outro disco bem sucedido comercialmente, Baby Gal, que também se tornou um show, e que trouxe os sucessos Eternamente (Tunai - Sérgio Natureza - Liliane), Mil perdões (Chico Buarque), Rumba louca (Moacyr Albuquerque - Tavinho Paes), além da regravação de Baby.

Em dezembro de 2011 lança o álbum Recanto, produzido por Caetano Veloso e Moreno Veloso. Álbum eletrônico idealizado por Caetano Veloso, Moreno Veloso e Kassin. Elogiadíssimo pela crítica foi eleito o melhor álbum de 2011. Depois de sete anos longe de disco e show inéditos, Gal Costa estreou a turnê do elogiado álbum Recanto no Rio de Janeiro no final do mês de março. Com direção de Caetano Veloso, autor de todas as músicas do CD, o show inaugurou a sofisticada casa Miranda. No repertório, além de canções inéditas como Neguinho, Segunda, Tudo dói e o funk Miami Maculelê, sucessos da carreira da cantora, entre eles, Dia de domingo e Vapor barato, e canções que há muito ela na cantava, como Da maior importância e Mãe. No palco, Gal está acompanhada pelo trio Domenico Lancellotti (bateria e MPC), Pedro Baby (guitarra e violão) e Bruno Di Lullo (baixo e violão). O show segue em turnê pelo país e segundo a cantora deve em breve passar por Portugal, Itália, França e Israel.

Gal é uma das maiores cantoras do Brasil e entra para o terceiro lugar na seleta lista das maiores cantoras do Brasil.

 

3º Lugar: Gal Costa

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

3º Maior Cantora do Brasil: Maria Bethânia


Simplesmente Bethânia
Segunda cantora feminina em vendagem de discos do Brasil e a de maior vendagem da MPB com mais de 26 milhões de cópias, segundo dados em seu site, Maria Bethânia é um fenômeno de público e de crítica. O apelido de Abelha-rainha tornou-se popular e deve-se ao primeiro verso da canção-título do LP Mel (1979). Participou na juventude de espetáculos semiamadores em parceria com Tom Zé, Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil; em 1960 mudou-se para Salvador com a intenção de terminar os estudos; frequentou o meio artístico, ao lado do irmão Caetano. Em 1963, estreou como cantora na peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues. No ano seguinte, apresentou espetáculos como Nós por Exemplo, Mora na Filosofia e Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova, ao lado do irmão Caetano Veloso e o colega Gilberto Gil, então iniciantes, a quem lançou como compositores e cantores nacionais e a cantora Gal Costa, dentre outros.

A data oficial da estreia profissional é 13 de fevereiro de 1965, quando substituiu a cantora e violonista Nara Leão no espetáculo Opinião pois a mesma precisou se afastar por problemas de saúde. Nesse mesmo ano, foi contratada pela gravadora RCA, que posteriormente transformou-se em BMG (atualmente Sony BMG), onde gravou o primeiro disco, lançado em junho daquele mesmo ano. O primeiro sucesso foi a canção de protesto Carcará, que fez muito sucesso na sua voz na época, no repertório deste, que também incluía, dentre outras, as músicas Mora na filosofia, Andaluzia, Feitio de oração e Sol negro, esta última em dueto com Gal Costa (que à época ainda usava o nome artístico de Maria da Graça). Depois lançou um compacto triplo, Maria Bethânia canta Noel Rosa, que trouxe as músicas Três apitos, Pra que mentir, Pierrot apaixonado, Meu barracão, Último desejo e Silêncio de um minuto, acompanhada apenas por um violão, de Carlos Castilho. Ainda em 1966, depois de voltar à Bahia por um breve período, participou dos espetáculos Arena canta Bahia e Tempo de guerra, ambos dirigidos por Augusto Boal, também competindo em festivais. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, apresentou-se em teatros e casas noturnas de espetáculos, tornando-se assim nacionalmente conhecida.

Bethânia foi a idealizadora do grupo Doces Bárbaros, onde era um dos vocais da banda, que lançou um disco ao vivo homônimo juntamente com os colegas Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, curiosamente na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 1970, e ao longo dos anos, este lema foi tema de filme com direção de Jom Tob Azulay, DVD, enredo da escola de samba Estação Primeira de Mangueira em 1994 com a canção Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, já comandaram trio elétrico no carnaval de Salvador, espetáculos na praia de Copacabana e uma apresentação para a Rainha da Inglaterra.

Inicialmente o disco seria registrado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo em estúdio, com as canções Esotérico, Chuckberry fields forever, São João Xangô Menino e O seu amor, todas gravações raras.

O sucesso de vendagem foi preciso em 1993, depois de completar mais de 25 anos de carreira, quando do lançamento do CD As canções que você fez pra mim, que gerou mais de um milhão de cópias e foi convertido para uma versão hispânica (no caso, Las canciones que hiciste para mi) com parte do repertório (sete das onze músicas foram convertidas - a faixa-título, Fiera herida (Fera ferida, um dos hits do disco, tema de abertura da novela homônima global), Palabras (Palavras), Tú no sabes (Você não sabe), Necesito de tu amor (Eu preciso de você), Tú (Você, esta incluída na trilha sonora da novela global Pátria Minha de Gilberto Braga cujo título remete ao famoso poema homônimo de Vinícius de Morais - justamente a sucessora de Fera Ferida) e Emociones (Emoções, um dos grandes sucessos de Roberto) - das que ficaram de fora Olha, Costumes, Detalhes e Seu corpo), que consistiu em um tributo à dupla de cantores e compositores Roberto e Erasmo Carlos, evocando onze parcerias entre ambos.

Em 2006 foi a grande vencedora do Prêmio Tim de música onde arrebatou três títulos: melhor cantora, melhor disco (Que falta você me faz, um tributo a Vinícius de Morais) e melhor DVD (Tempo tempo tempo tempo, comemorativo dos quarenta anos de carreira). Bethânia, que sempre teve fama de antissocial, surpreendeu e compareceu à cerimônia de premiação. No mesmo ano, os CDs antigos - LPs originais que haviam sido relançados anteriormente em CD - voltaram às prateleiras, com encarte completo (na edição anterior ele havia sido suprimido/reduzido), letras de todas as músicas e textos - mesmo que a versão original não as tivesse - e texto interno com a história do álbum redigido pelo jornalista e crítico musical Rodrigo Faour, pois há muito tempo estavam fora de catálogo.

Ainda em 2006, lançou dois álbuns simultaneamente: Pirata, onde canta os rios do interior do Brasil e foi considerado pela crítica uma espécie de retomada de Brasileirinho, lançado três anos antes, e Mar de Sophia, onde canta o mar a partir de versos da poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner. A turnê de promoção dos dois discos foi batizada de Dentro do mar tem rio, com direção de Bia Lessa e roteiro do fiel colaborador Fauzi Arap, originando o álbum duplo homônimo, lançado em 2007.

Com tantos atributos e tanta musicalidade boa e de qualidade, Maria Bethânia é detentora também de uma teatralidade única que consegue juntar música, rima e poesia de poetas e poetisas e escritores e dramaturgos famosos com seus versos pouco publicados. Todos os discos que lança são bem vendidos e isso a torna única e batalhadora e é por este motivo que a cantora chega ao terceiro lugar da lista das maiores cantoras do Brasil.

 

3º Lugar: Maria Bethânia

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

4º Maior Cantora do Brasil: Elis Regina


A inquietante Elis
Elis Regina pode até ter mudado a era dos festivais, ter dado cara nova aos espetáculos ou até mesmo dado vida a musicalidade e a teatralidade que pouco se vê hoje em dia, mas Elis não foi capaz de suprir expectativas marcantes e nem fora considerada por muitos como a maior cantora de todos os tempos. Sua música não é totalmente conhecida por pessoas que só conhecem as triviais e muitos de seus discos são paupérrimos, ou seja, Elis Regina ficou mais conhecida por seu jeito histriônico e suas frases de duras impactaçoes do que pela sua música rica ou alguns shows históricos. Para tanto, somente após sua morte que suas músicas foram alçadas por patamares distantes e canções até mesmo esquecidas passaram a ser referencia para milhares de pessoas.

Mesmo sendo a maior cantora do Brasil (o que muitos acham ser a do mundo), Elis chega a 4º posição da lista das maiores cantoras do Brasil pelo fato ser uma cantora que inovou o teatro, que inovou o jeito de cantar, que inovou nas articulações, mas que não elaborou sua musicalidade por completo.

Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre no dia 17 de março de 1945 e morreu em São Paulo no dia 19 de janeiro de 1982 e foi uma das maiores intérpretes brasileira. Conhecida por sua presença de palco esplendorosa, sua voz e sua personalidade, Elis Regina é considerada por muitos críticos, comentadores e outros músicos a melhor cantora brasileira de todos os tempos. A melhor e não a maior. Com os sucessos de Falso Brilhante e Transversal do Tempo, ela inovou os espetáculos musicais no país e era capaz de demonstrar emoções tão contrárias, como a melancolia e a felicidade, numa mesma apresentação ou numa mesma música. Como muitos outros artistas do Brasil, Elis surgiu dos festivais de música na década de 1960 e mostrava interesse em desenvolver seu talento através de apresentações dramáticas. Seu estilo era altamente influenciado pelos cantores do rádio, especialmente Ângela Maria, e a fez ser a grande revelação do festival da TV Excelsior em 1965, quando cantou Arrastão, de Vinicius de Moraes e Edu Lobo.

Tal feito lhe conferiu o título de primeira estrela da canção popular brasileira na era da TV. Enquanto outras cantoras contemporâneas como Maria Bethânia haviam se especializado e surgido em teatros, ela deu preferência aos rádios e televisões. Seus primeiros discos, iniciando com Viva a Brotolândia (1961), refletem o momento em que transferiu-se do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, e que teve exigências de mercado e mídia. Transferindo-se para São Paulo em 1964, onde ficaria até sua morte, logrou sucesso com os espetáculos do Fino da Bossa e encontrou uma cidade efervescente onde conseguiria realizar seus planos artísticos. Em 1967, casou-se com Ronaldo Bôscoli, diretor do Fino da Bossa, e ambos tiveram João Marcelo Bôscoli.

Elis Regina aventurou-se por muitos gêneros; da MPB, passando pela bossa nova, o samba, o rock ao jazz. Interpretando canções como Madalena, Como Nossos Pais, O Bêbado e a Equilibrista, Querelas do Brasil, que ainda continuam famosas e memoráveis, registrou momentos de felicidade, amor, tristeza, patriotismo e ditadura militar no país. Ao longo de toda sua carreira, cantou canções de músicos até então pouco conhecidos, como Milton Nascimento, Ivan Lins, Renato Teixeira, Aldir Blanc, João Bosco, ajudando a lançá-los e a divulgar suas obras, impulsionando-os no cenário musical brasileiro.

Entre outras parcerias, é célebre os duetos que teve com Jair Rodrigues, Tom Jobim, Simonal, Rita Lee, Chico Buarque—que quase foi lançado por ela não fosse Nara Leão ter o gravado antes—e, por fim, seu segundo marido, o pianista César Camargo Mariano, com quem teve os filhos Pedro Mariano e Maria Rita. Mariano também ajudou-a a arranjar muitas músicas antigas e dar novas roupagens a elas, como com É Com Esse Que Eu Vou.

Sua presença artística mais memorável talvez esteja registrada nos álbuns Em Pleno Verão (1970), Elis & Tom (1974), Falso Brilhante (1976), Transversal do Tempo (1978), Saudade do Brasil (1980) e Elis (1980). Ela foi a primeira pessoa a inscrever a própria voz como se fosse um instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil e isso a faz ser especial. Elis Regina morreu precocemente em 1982, com apenas 36 anos, deixando uma vasta obra na música popular brasileira. Embora haja controvérsias e contestações, os exames comprovaram que havia morrido por conta de altas doses de cocaína e bebidas alcoólicas, e o fato chocou profundamente o país na época.

Elis fora um dos talentos mais marcantes de seu tempo, mas ainda assim, Elis foi mais uma das boas e sensacionais cantoras que o Brasil produziu com tamanha excelência.

 

4º Lugar: Elis Regina

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

5º Maior Cantora do Brasil: Maysa


Sentimental e explosiva: Maysa
Não ouve uma cantora igual Maysa. Suas interpretações eram únicas e capazes de nos hipnotizar, nos magnetizar e nos entreter com o tamanho de sua emoção. Maysa cantava com o coração, com a verdade de uma mulher que queria transpassar para as pessoas o quanto amava suas coisas, seu mundo, seus pertences. As composições e as canções que Maysa escolhia para cantar era uma de maneira de formar um repertório sob medida para o seu timbre, que não era o de uma voz vulgar, pelo contrário, possuía um viés melancólico e triste, que se tornou emblemático do gênero fossa ou samba-canção. Ao lado de Maysa, destacam-se Nora Ney, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo. O samba-canção (surgido na década de 1930) antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 1950, em 1958), com o qual Maysa também se identificou. Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo. O legado de Maysa, ainda que aponte para dívidas históricas com a bossa, é o de uma cantora de voz mais arrastada do que as intérpretes da bossa e por isso aproxima-se antes do bolero.

Contemporânea da compositora e cantora Dolores Duran, Maysa compôs 30 canções, numa época em que havia poucas mulheres nessa atividade. Maysa interpretava de maneira muito singular, personalista, com toda a voz, sentimento e expressão, sendo um dos maiores nomes da canção intimista. Um canto gutural, ensejando momentos de solidão e de grande expressão afetiva. Um dos momentos antológicos desta caracterização dramática foi a apresentação, em 1974, de Chão de Estrelas (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa), e de Ne Me Quitte Pas (10 de junho de 1976), tendo sido apresentadas em duas edições do programa Fantástico da Rede Globo.

Todo este característico Estilo Maysa, influenciou ao menos meia dúzia de sua geração, e principalmente a geração posterior a sua. Este Estilo Maysa se tornou notável em cantores e compositores, como: Ângela Rô Rô, Leila Pinheiro, Fafá de Belém, Simone e também Cazuza e Renato Russo.

Celebrizaram-se as canções: Ouça, Meu Mundo Caiu, Tarde Triste, Resposta, Adeus, Felicidade Infeliz, Diplomacia e O Que? (todas de sua autoria) e mais: Ne Me Quitte Pas, Chão de Estrelas, Dindi, Por Causa de Você, Se Todos Fossem Iguais a Você, Eu Sei Que Vou Te Amar, Franqueza, Eu Não Existo Sem Você, Suas Mãos, Bouquet de Izabel, Bronzes e Cristais, Bom Dia Tristeza, Noite de Paz, Castigo, Fim de Caso, O Barquinho, Fim de Noite, Meditação, Alguém me Disse, Cantiga de Quem Está Só, A Felicidade, Manhã de Carnaval, Hino ao Amor (L'Hymne a L'Amour), Demais, Preciso Aprender a Ser Só, Canto de Ossanha, Tristeza, As Mesmas Histórias, Dia das Rosas, Se Você Pensa, Pra Quem Não Quiser Ouvir Meu Canto, Light My Fire, Chuvas de Verão, Bonita, As Praias Desertas, Bloco da Solidão, Tema de Simone e Morrer de Amor.

Ao longo da sua carreira imortalizou uma discografia com mais de 25 títulos. Cristalizou uma das mais sensíveis obras da Música Popular Brasileira. E é por este grande legado à nossa música, que Maysa chega ao quinto lugar na lista privilegiada das grandes cantoras deste Brasil imenso e representado por grandes cantoras.

 

5º Lugar: Maysa

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

6º Maior Cantora do Brasil: Cássia Eller


Cássia: roqueira e popular
A paixão de Cássia Eller pela música começou aos 14 anos, quando ganhou um violão de presente e passou a tocar as músicas dos Beatles. Aos 18, morando em Brasília cantou em coral, fez testes para musicais, trabalhou em duas óperas como corista, além de se apresentar como cantora de um grupo de forró. Também fez parte, durante dois anos, do primeiro trio elétrico de Brasília, denominado Massa Real, e tocou surdo em um grupo de samba. Trabalhou em vários bares (como o Bom Demais), cantando e tocando. Mas despontou no mundo artístico em1981, ao participar de um espetáculo de Oswaldo Montenegro. A voz grave e o ecletismo musical foram suas principais características. Por isso interpretou canções de grandes compositores do rock brasileiro, como Cazuza e Renato Russo, além de artistas da MPB como Caetano Veloso e Chico Buarque, passando pelo pop de Nando Reis e o rocks clássicos de Jimi Hendrix, Rita Lee, Beatles, John Lennon e Nirvana.

Em 1989, a carreira de Cássia decolou, com ajuda de um tio gravou uma fita demo com a canção Por enquanto, de Renato Russo. O mesmo tio levou a fita à PolyGram, o que resultou na contratação de Cássia pela gravadora. Sua primeira participação em disco foi em 1990, no LP de Wagner Tiso intitulado Baobab. Teve uma trajetória musical bastante importante, embora curta, com algo em torno de dez álbuns próprios gravados no decorrer de doze anos de carreira.

Com a presença de palco marcante e intensa, Cássia Eller tinha preferência por álbuns gravados ao vivo e era convidada constantemente para participações especiais e interpretações sob encomenda, singulares, personalizadas. Outra característica importante é o fato de Cássia ter assumido uma postura de intérprete declarada, tendo composto apenas três das canções que gravou: Lullaby (parceria com Márcio Faraco) em seu primeiro disco, Cássia Eller de 1990 (LP com 60.000 cópias vendidas, sobretudo em razão do sucesso da faixa Por enquanto de Renato Russo); Eles (dela com Luiz Pinheiro e Tavinho Fialho) e O Marginal (dela com Hermelino Neder, Luiz Pinheiro e Zé Marcos), no segundo disco, O Marginal (1992).

Cássia Eller sempre teve uma presença de palco bastante intensa, assumia a preferência por álbuns gravados ao vivo e ela era convidada constantemente para participações especiais e interpretações sob encomenda, singulares, personalizadas.

2001 foi o ano bastante produtivo para Cássia Eller: participou do Rock in Rio, fez cerca de 95 shows e gravou o DVD Acústivo MTV. Infelizmente, no dia 29 de dezembro de 2001, Cássia faleceu aos 39 anos, no auge de sua carreira, em razão de um infarto do miocárdio.

 

6º Lugar: Cássia Eller

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

7º Maior Cantora do Brasil: Mônica Salmaso


Mônica Salmaso e seus prêmios
Mônica Salmaso começou sua carreira na peça O Concílio do Amor, dirigida pelo premiado diretor Gabriel Villela em 1989. Em 1995, gravou o CD Afro-sambas, um duo de voz e violão arranjado e produzido pelo violonista Paulo Bellinati, contendo os afro-sambas compostos por Baden Powell e Vinícius de Moraes. Em 1996, gravou com Paulo Bellinati a faixa Felicidade, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes no CD Songbook Tom Jobim, pela Lumiar. Monica já foi indicada para o Prêmio Sharp – 1997 como Revelação na categoria MPB. Lançou em 1998 pelo selo Pau Brasil seu segundo CD, Trampolim, com a produção de Rodolfo Stroeter e as participações de Naná Vasconcelos, Toninho Ferragutti e Paulo Bellinati, entre outros. Foi vencedora do Segundo Prêmio Visa MPB – Edição Vocal, pelo juri e aclamação popular em 1999. Gravou pela Eldorado em 1999 seu terceiro CD, Voadeira, também produzido por Rodolfo Stroeter. Participam do disco, entre outros, Marcos Suzano, Benjamin Taubkin, Toninho Ferragutti, Paulo Bellinati e Nailor Proveta Azevedo.

Foi ganhadora do prestigioso Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) de 1999, e o CD Voadeira foi considerado pela crítica como um dos dez melhores lançamentos do ano. Foi a convidada especial de uma das noites do Heineken Concerts em 2000. Participou da trilha O corpo, composta por Arnaldo Antunes para o Grupo Corpo em 2000. Foi finalista do Festival da Música Brasileira, realizado pela TV Globo, interpretando a canção Estrela da Manhã, de Beto Furquim, em 2000. Na edição do dia 4 de fevereiro de 2000 do The New York Times, o crítico Jon Pareles cita Mônica Salmaso como um dos principais nomes surgidos recentemente na música popular brasileira.

Gravou discos em homenagem à Chico Buarque, Clara Nunes e hoje é casada com um dos principais saxofonistas do país, Teco Cardoso e é por tudo isso, pela sua sensacional voz e por seu brilhantismo na música popular brasileira, que Monica Salmaso enriquece o décimo nono lugar na lista das 30 Maiores Cantoras do Brasil.

 

7º Lugar: Monica Salmaso

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

8º Maior Cantora do Brasil: Dolores Duran


Dolores Duran, eterna
Adiléa da Silva Rocha - a nossa Dolores Duran - nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 07 de junho de 1930. Foi com certeza uma das maiores representantes do samba-canção brasileiro. Começou a cantar muito cedo - seu primeiro prêmio foi aos seis anos de idade. Aos 15 seu pai morreu - e a menina Adiléa teve que sustentar sua família, cantando, que é o que ela melhor sabia fazer. Autodidata, dominou o inglês, francês, italiano e espanhol ouvindo músicas, a ponto de Ella Fitzgerald lhe dizer que foi em sua voz a melhor interpretação que ela já havia ouvido de My Funny Valentine - um clássico da música norte-americana. Em 1957 - então com 27 anos e recém separada de um casamento desastroso, - Tom Jobim (um estreante!) mostra-lhe uma composição em parceria com Vinícius de Moraes. Ao ouvir a melodia, Dolores pega um lápis e escreve Por Causa de Você - e manda um bilhete a Vinícius pedindo-lhe para concordar com a nova letra - e Vinícius prefere a de Dolores.

A partir daí compõe, nos seus últimos dois anos de vida, algumas das mais lindas, tristes e ternas músicas da MPB, como Castigo, A Noite do Meu Bem, Olha o Tempo Passando e Estrada do Sol, entre outras tantas. Em 23 de outubro de 1959, com 29 anos, chega em casa às 7:00 da manhã, e diz a sua empregada: Não me acorde. Estou cansada. Vou dormir até morrer.

 

8º Lugar: Dolores Duran

As 30 Cantoras Maiores Cantoras de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

9º Maior Cantora do Brasil: Marisa Monte



Grande voz, grande cantora
Embora tenha caído nas graças de um público maior e menos exigente no requisito música inteligente, Marisa Monte consegue atrair também o público que a acompanha desde os tempos de Bem Que se           Quis, de seu primeiro álbum, datado de 1988, quando encantou milhares de pessoas com uma voz encantadora e sublime. Seus discos após a eclosão desse surgimento na música brasileira também foram de uma importância significativa para os que sempre gostaram de uma música verdadeira, culta e inteligente, unindo beleza, técnica e uma das melhores cantoras surgidas dos últimos anos da época. Vieram discos sensacionais, maravilhosos, humanos e o público ainda sentia que Marisa Monte era uma cantora da elite de todas as regiões do país. Mas a própria Marisa Monte quebrou tabus quando lançou o medonho Memórias, em 2000. Disco atemporal de sua carreira, o público que até então não entendiam suas músicas passaram a acompanha-la e a carreira de Marisa ficou ainda mais imbatível.

Marisa já vendeu mais de 10 milhões de álbuns e ganhou inúmeros prêmios nacionais e internacionais, incluindo três Grammy Latino, sete Video Music Brasil, nove Prêmio Multishow de Música Brasileira, cinco APCA e seis Prêmio TIM de Música. Marisa é considerada pela revista Rolling Stone Brasil como a maior cantora do Brasil Ela também tem dois álbuns (MM e Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e Carvão) na lista dos 100 melhores discos da música brasileira.

Marisa Monte tem algumas particularidades que a fazem ser uma das maiores cantoras do Brasil. Seu cachê é de R$290 mil, por apresentação, sendo o sexto mais caro do Brasil, perdendo apenas para Roberto Carlos, Ivete Sangalo, Luan Santana e Michel Teló: 1 milhão, 750 mil, 700 mil e 500 mil, respectivamente. É dona de toda a obra e dos fonogramas originais. É a sétima cantora que mais vendeu discos no Brasil, estando na lista Anexo: Lista de recordistas de vendas de discos no Brasil. Conquistou sete Discos de Ouro, sete Discos de Platina, sete Discos de Platina Duplo, dois Discos de Platina Triplo, dois Discos de Diamante. É a cantora que mais vendeu na década de 90 e 2000, sendo nos anos de 1989 (500 mil), 1991 (500 mil), 1994 (1 milhão), 2000 (1 milhão), 2002 (1 milhão) e 2006 (600 mil). Umas das poucas cantoras a ter os 8 primeiros álbuns estreando no Top 5 da parada brasileira, é a única cantora na história do Brasil a ter sete álbuns debutando em primeiro lugar de forma consecutiva, o único álbum a não alcançar o topo das paradas, foi Universo ao Meu Redor que chegou ao segundo lugar na lista dos álbuns mais vendidos no Brasil, atrás apenas de Infinito Particular, também de Marisa, que estava no primeiro lugar. Foi a primeira vez na história da lista dos álbuns mais vendidos no Brasil em que a mesma cantora ocupava os dois primeiros lugares.

É a única cantora brasileira a ganhar 5 prêmios no Vídeo Music Brasil, em único ano, e também foi a segunda mulher que mais ganhou na premiação, com 8 prêmios no total, atrás apenas de Pitty com 15 prêmios, sendo as duas únicas mulheres na lista que mais ganharam prêmios na história da premiação. Tem 23 músicas em trilhas sonoras, sendo 22 em novelas da Rede Globo e 1 da novela do SBT. É a cantora/compositora mais indicada ao Grammy Latino na categoria Melhor Canção Brasileira, no total de 4 indicações nesta categoria, até hoje nunca ganhou nesta categoria. Cantora brasileira que mais lucrou com turnês. Todas as turnês obtiveram um lucro bruto de 90 milhões de reais. É a quarta cantora com maior números um, divide o recorde de maior números de um nas paradas brasileira, atrás apenas de Ivete Sangalo com 13, Daniela Mercury com 10, Pitty com 5. Se tornou a primeira artista a ter 6 singles número um nas décadas 80s, 90s e 00s, quando seu hit Não é Proibido alcançou o número um, tornando-se seu sexto número um. Dois álbuns que atingiram marca de mais de 1 milhão de cópias vendidas no Brasil na década de 2000, sendo eles Memórias, Crônicas e Declarações de Amor e Tribalistas, que vendeu 1.2 milhões e 1.5 milhões de cópias, respectivamente. Fora do Brasil, as turnês já lucram em torno de 50 milhões de dolares.

Por todo este rendimento musical e pela sua técnica vocal, que Marisa Monte chega ao nono lugar na categoria das 30 maiores cantoras do Brasil de todos os tempos pelo Mais Cultura!

 

9º Lugar: Marisa Monte

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

10º Maior Cantora do Brasil: Miúcha


Miúcha na seleta lista
Com 75 anos de idade (o que não parece), a cantora Miúcha ainda continua na estrada, gravando discos, fazendo shows, sendo reconhecida a cada dia pelo seu trabalho e sendo uma das vertentes únicas dos tempos dos anos dourados de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Com uma voz sedutora e sensual, Miúcha é um ícone da música popular brasileira e que consagrou a bossa nova por um todo com sua maestria e genuinidade. Filha do historiador Sérgio Buarque de Hollanda e de Maria Amélia Buarque de Hollanda, Miúcha nasceu Heloísa Maria Buarque de Hollanda e é irmã do cantor e compositor Chico Buarque e das também cantoras Ana de Hollanda e Cristina Buarque. Foi criada em São Paulo em um ambiente de música. Sua casa era frequentada por Vinicius de Moraes e outros compositores. Ainda menina, formou um conjunto vocal com os seis irmãos. Nos anos 1960, ganhou do governo francês uma bolsa de estudo em História da Arte. Matriculou-se na Sorbonne e na École du Louvre. Nessa época, viajou pela Itália e Grécia com dois amigos e o violão, tocando pelas cidades por onde passava. A experiência resultou em uma apresentação no bar La Candelaria, em Saint Germain, onde atuava Violeta Parra, que convidou João Gilberto para ouvir a cantora brasileira que interpretava bossa nova. Pouco tempo depois, mudou-se para Nova York e casou-se com João Gilberto, com quem teve a filha Bebel Gilberto, que se tornaria também cantora.

Iniciou sua carreira artística em 1975, participando do disco The best of two worlds, de João Gilberto e Stan Getz, lançado em Nova York. Ainda nesse ano, atuou no Newport Jazz Festival, apresentou-se em shows com Stan Getz e gravou a faixa Boto no LP Urubu, de Tom Jobim. Em 1977, gravou, com Tom Jobim, o álbum Miúcha e Antonio Carlos Jobim, com destaque para as faixas Maninha, composta especialmente para ela pelo irmão Chico Buarque, Pela luz dos olhos teus (Vinicius de Moraes) e Vai levando (Chico Buarque e Caetano Veloso). Nesse mesmo ano, participou do show Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha, que ficou quase um ano em cartaz no Canecão (RJ), seguindo depois em turnê pela América do Sul e Europa. O espetáculo foi gravado ao vivo e lançado em disco.

Em 1979, gravou, com Tom Jobim, o LP Miúcha & Tom Jobim, contendo, entre outras, Triste alegria, de sua autoria, Falando de amor (Tom Jobim) e Dinheiro em penca, única parceria de Tom Jobim com o poeta Cacaso. O disco contou com a participação de Ron Carter e com arranjos de Claus Ogerman. Em 1980, lançou o LP Miúcha, que contou com arranjos de João Donato e com a participação de sua filha Bebel Gilberto (voz), na faixa Joujoux et Balangandans (Lamartine Babo), e também de João Gilberto (violão), nas faixas All of me (Gerald Marks e Seymour Simons) e O que é, o que é (Bororó e Evagrio Lopes). Constam, ainda, do repertório duas músicas de sua autoria: Todo amor e Segura a coisa, essa última hino do bloco de mesmo nome do Carnaval de Olinda, mais tarde regravada pela cantora com a Banda do Maestro Duda.

Em 1989, apresentou-se, com o compositor João de Barro (Braguinha) e o conjunto Coisas Nossas, no musical Yes, nós temos Braguinha, criado e dirigido por Ricardo Cravo Albin. O espetáculo foi montado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, para a entrega do Prêmio Shell de 1989 a Braguinha, e percorreu todo o Brasil. Nesse mesmo ano, gravou mais um LP intitulado Miúcha, que contou com a participação especial de Pablo Milanés e sua banda, em gravação realizada em Cuba. Registrou no disco quatro parcerias de Guinga e Paulo César Pinheiro, Chorando as mágoas, Por gratidão, Non sense e Porto de Araújo, além de Para viver, versão de sua autoria para a canção Para vivir (Pablo Milanés), entre outras músicas. Ainda em 1989, o jornal francês Le Monde incluiu dois de seus discos entre os sete melhores de música brasileira do ano.

Em 1999, lançou o CD Rosa amarela, com arranjos de Maurício Carrilho e J. Moraes, registrando as canções Cabrochinha (Paulo César Pinheiro e Maurício Carrilho), João e Maria (Chico Buarque e Sivuca), De você eu gosto (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira), A mesma rosa amarela (Carlos Pena Filho e Capiba), Doce de coco (Hermínio Bello de Carvalho e Jacob do Bandolim), Pressentimento (Élton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho), Santo Amaro (Luiz Claudio Ramos, Franklin da Flauta e Aldir Blanc), Assentamento (Chico Buarque), Por causa desta cabocla (Ary Barroso e Luiz Peixoto), Choro bandido (Chico Buarque e Edu Lobo), Valsa de uma cidade (Ismael Netto e Antônio Maria), Só o tempo (Paulinho da Viola) e Querelas do Brasil (Aldir Blanc e Maurício Tapajós). O disco foi lançado inicialmente no Japão, após shows realizados pela cantora nesse país, e, em seguida, no Brasil, pela BMG Brasil. Realizou várias apresentações em Cuba e no Japão.

Em 2002, lançou o CD Miúcha.compositores, com produção musical de José Milton e arranjos de João Donato, Francis Hime, Cristóvão Bastos, Leandro Braga, Eduardo Souto Neto e Hélvius Vilela. Constam do repertório do disco as cações Pode ir (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), o samba-canção inédito Quando a lembrança não vem (música de João Donato e letra de Tom Jobim), Canção inédita (Edu Lobo e Chico Buarque), que inclui uma citação a Tchaikovsky feita pelas cordas de Cristóvão Bastos, Fox e trote (Guinga e Nei Lopes), Tomara (Novelli, Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro), Cor de cinza (Noel Rosa), E daí (Miguel Gustavo), Solidão (Tom Jobim e Alcides Gonçalves), Lembre-se (Moacir Santos e Vinicius de Moraes), Refém da solidão (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), Vento (Cristóvão Bastos e Abel Silva), A dor a mais (última parceria de Fancis Hime com Vinicius de Moraes), faixa que inclui uma citação a Medo de amar (Vinicius de Moraes), e Você, você (primeira parceria de Guinga e Chico Buarque), faixa que contou com a participação de Guinga, ao violão, além de Tempo de amar (parceria inédita da cantora com João Donato). Ainda em 2002, trabalhou na produção de um documentário de Nelson Pereira dos Santos sobre seu pai, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda.

Em 2003, sua gravação com Tom Jobim da música Pela luz dos olhos teus, lançada em 1977 no disco Miúcha e Antônio Carlos Jobim, foi tema de abertura da novela Mulheres apaixonadas (Rede Globo), tornando-se um sucesso ainda maior. Nesse mesmo ano, lançou o CD Miúcha canta Vinicius & Vinicius - Música e letra, contendo exclusivamente obras nas quais Vinicius de Moraes é autor da música e da letra: Tomara, Ai quem me dera, Saudades do Brasil em Portugal, Medo de amar, Serenata do adeus, Valsa de Eurídice, Teleco Teco, Tempo será, Pela luz dos olhos teus, Encontro à tarde, Canção de nós dois e Cem por cento, além das inéditas Georgiana e Quem for mulher que me siga. Eduardo Souto Neto, Cristóvão Bastos, Helvius Vilela e Leandro Braga assinaram os arranjos do disco, que contou com a participação de Chico Buarque, Bebel Gilberto, Zeca Pagodinho, Daniel Jobim, Toquinho e Yamandú Costa, entre outros artistas.

Lançou em 2007 o CD Outros sonhos, dedicado a Tom Jobim, Chico Buarque e Vinicius de Moraes. No repertório, Uma palavra e a canção-título, ambas de Chico Buarque, Você vai ver e Chansong e Fotografia, ambas de Tom Jobim, Eu te amo/Dis-moi comment e Anos dourados (Tom Jobim e Chico Buarque), Quando tu passas por mim (Vinicius de Moraes e Antonio Maria), Amei tanto/Pra que chorar (Baden Powell e Vinicius de Moraes), Desalento (Chico Buarque e Vinicius de Moraes), Gente humilde (Garoto, Chico Buarque e Vinicius de Moraes), Olha Maria (Tom Jobim, Chico Buarque e Vinicius de Moraes) e Todo o sentimento (Cristóvão Bastos e Chico Buarque). Também nesse ano, foi co-roteirista de um documentário sobre Antonio Carlos Jobim, dirigido por Nelson Pereira dos Santos.

Chegando ao décimo lugar, o Mais Cultura! destaca uma cantora que merece o respeito mútuo por todos pela sua qualidade musical e por seus amigos que fizeram o Brasil ser um pouco mais culto. Com vocês, Miúcha.

 

10º Lugar: Miúcha

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira